Agronegócios
Produção dos cafés arábicas do Brasil representa 45% da safra dessa mesma espécie em nível mundial
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A produção mundial de café do ano-safra 2017-2018 foi reestimada e deverá atingir um volume equivalente a 158,56 milhões de sacas, o que denota uma pequena redução de 0,3% em relação ao mesmo período anterior. Neste cenário, estima-se também uma queda de 6,6% na produção de cafés arábicas, os quais deverão colher um volume de 97,16 milhões de sacas, e, em contrapartida, aumento de cafés robustas em torno de 11,5%, pois esse tipo de café produzirá 61,40 milhões de sacas de 60kg nesse ano.
Especificamente em relação à produção total dos Cafés do Brasil, nesta safra, a qual está estimada em 58,04 milhões de sacas, o que equivale a 36,6% da mundial, das quais 44,33 milhões de sacas são de arábica e 13,71 milhões de sacas de robusta, verifica-se que os arábicas brasileiros correspondem a 45,6% dos arábicas e os robustas brasileiros a 22,3%, se comparados exclusivamente com esses mesmos tipos de café em nível mundial.
Com base nos números da safra global citados, se comparados com o mesmo período anterior, constata-se que a produção deverá aumentar em quase todas as regiões produtoras do planeta. Assim, estão previstos aumentos de 5,3% nos países produtores da África, continente que atingirá um volume total de 17,63 milhões. Também haverá aumento de 7,9% na produção dos países da Ásia & Oceania, cuja safra foi estimado em 48,44 milhões. E ainda haverá registro de aumento de 7% no México &
América Central, região que produzirá algo como 21,92 milhões de sacas de 60kg. De outro lado, nas regiões cafeeiras da América do Sul haverá uma redução média de 8,2% na produção, o que implicará colher aproximadamente 70,57 milhões de sacas de 60kg.
Esses números e análises da performance da cafeicultura mundial constam do Relatório sobre o mercado de Café – junho 2018, da Organização Internacional do Café – OIC. Tal Relatório está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Adicionalmente, vale esclarecer que o ano-cafeeiro da OIC (Coffee year) em nível global compreende o período de outubro a setembro.
Conforme ainda consta do Relatório da OIC, no que concerne especificamente às exportações de café, o volume exportado em maio de 2018 foi de 9,27 milhões de sacas, número que representa uma redução em torno de 12,4% abaixo do total exportado em maio do ano passado. Contribuíram para esse declínio o fato de as exportações de cafés robustas terem diminuído 4,4%, as quais atingiram um volume de 3,65 milhões de sacas, e, mais que isso, as exportações de cafés arábicas também diminuíram 17%, pois atingiram apenas 5,62 milhões.
Para a OIC, de acordo ainda com o Relatório sobre o mercado de Café, embora no mês de maio de 2018 as exportações de café ‘Suaves Colombianos’ tenham aumentado 11,6%, ao totalizar 1,08 milhão de sacas, esse aumento não compensou a queda das exportações de ‘Outros Suaves’ e dos ‘Naturais Brasileiros’, segundo esses parâmetros de classificação dos cafés adotados pela Organização. Nesse caso, as exportações de Outros Suaves diminuíram 15,5%, cujo volume foi de 2,46 milhões de sacas, e os de Naturais Brasileiros diminuíram 27,9% – com 2,08 milhões. Com essa performance, o total exportado no período de outubro de 2017 a maio de 2018 foi 0,5% inferior ao exportado no mesmo período anterior.
Com isso, nos oito primeiros meses do ano cafeeiro 2017-2018, as exportações dos cafés arábicas caíram 2,4%, ao somar 50,2 milhões de sacas, e as exportações de Suaves Colombianos e Naturais Brasileiros caíram 6,8% (9,45 milhões de sacas), e 4,1% (22,95 milhões), respectivamente. Em contrapartida, as exportações de Outros Suaves aumentaram 2,6% – com 17,76 milhões, em relação ao mesmo período anterior. Nesse mesmo período, as exportações de robustas alcançaram 29,79 milhões de sacas, ou seja, 2,8% acima do volume anterior.
OIC –
Instituição representativa da cafeicultura mundial sediada em Londres, da qual o Brasil é país-membro, que congrega 76 países produtores e consumidores de café e administra o Acordo Internacional do Café (AIC). Para saber mais sobre a participação do Brasil no AIC, acesse o site da OIC (http://www.ico.org/pt/ica2007p.asp). No contexto desse Acordo, a Embrapa Café, por meio do Comitê Diretor do Acordo Internacional – CDAI, do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC/Mapa, participa da análise, discussão, aprovação e gestão das ações, projetos e programas relacionados às questões do mercado mundial do café.
Por fim, recomendamos que acessem o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Relatório sobre o mercado de Café – junho 2018, da OIC,